MANGÁ BRASILEIRO - UMA ARTE DESVALORIZADA
Mais um assunto polêmico que vos trago ao meu humilde site: Mangás brasileiros.
Desde que a cultura japonesa começou a ser disseminada no Brasil, lá pelos anos 80, muitos brasileiros começaram a investir na produção quadrinhos no estilo japonês. Porém, pouquíssimos conseguiram destaque por essas bandas, seja por falta de qualidade (afinal, eles não tem estúdio próprio ou assistentes) ou por falta de interesse das editoras.
Claro, muitos quadrinhos brasileiros foram lançados por editoras corajosas na empreitada. E, diga-se de passagem, muitos deles tem qualidade internacional, que não deve nada aos mangás "originais".
As chamadas "fanzines", mangás feitos por fãs, que se baseiam em histórias originais, sem nenhuma editora investindo, são bastante famosas no Japão, tendo até eventos enormes para os mangakás mostrarem suas obras.
E não é como se não tivéssemos tentativas brasileiras.
Alguns poucos títulos tiveram seus holofotes nas bancas de jornais e livrarias de todo o país. Mangás e quadrinhos inspirados na cultura japonesa, como Combo Rangers (que será republicado pela JBC), Holy Avengers, e o mais recente Tools Challenge (que já está sendo publicado) são claros exemplos. E temos as tentativas que não tiveram lá MUITA atenção, como o mangá do Michael Jackson, que prometia um Volume 2. Ficou só prometendo mesmo.
Volume 1 da biografia em mangá do MJ. Fonte: Reprodução |
E o que dizer da Ação Magazine, que surgiu com uma ideia super inovadora para o mercado brasileiro, se baseando nas publicações japonesas Shonen Jump, e, que agora, estagnou na terceira edição a quase 1 ano?
RIP (Diagramação horrível aliás) |
Hoje, nossos mangakás tupiniquins muitas vezes se contentam em publicar de graça todo o material deles em sites como UpMangá e em sites de fanzines, como o Dpzine.
Isso sem falar dos pseudo-mangás brasileiros, como Turma da Mônica Jovem, Luluzinha Jovem e Turma do Didi (wtf?) que hoje fazem sucesso e vendem pois tem marcas enormes por trás e grande apoio das editoras.
Mas a dúvida que não quer calar: Os quadrinhos brasileiros em geral não emplacam por...?
Existe alguma razão?
Bom, existem duas "teorias" deste que vos escreve:
1-Preconceito. Tanto das editoras quanto dos leitores. É aquilo do "para quê vou ler um brasileiro se tem aqui o original japonês?" ou "para quê publicar um brasileiro se a qualidade e as chances de lucro de um original japonês são maiores". Aí que entramos na segunda teoria.
2-Lucro. As editoras preferem gastar em títulos japoneses e americanos que são lucro certo que apostar em revistinhas menores de brasileiros - por mais que ele tenha qualidade. E isso não é TOTALMENTE errado. Nós, o público, queremos cada vez mais mangás japoneses por aqui. Mas acredito que ignorar talentos brasileiros é um tanto quanto egoísmo por parte dos editores.
Mais recentemente tivemos um grande exemplo de talento brasileiro valorizado lá fora: Yuu Kamiya AKA Thiago Lucas Furukawa conseguiu recentemente transformar a sua Light Novel "No Game, No Life" em anime, que está em fase inicial de produção lá no Japão (mas isso é tema para outra postagem). Abaixo você confere o trailer do anime.
O mercado existe? Claro que existe. É pequeno? Infelizmente sim. Mas se houver qualidade e perseverança, quem sabe seus quadrinhos ou mangás não façam sucesso?
Maurício de Souza apostou no talento dele, e hoje é um dos maiores quadrinistas do mundo.